Desejo

Tinha ouvido que o universo se unia para realizar as vontades daqueles que o alimentavam com a energia de um grande desejo. Como pode uma energia tão grande ser ignorada? Uma energia que enche um homem de forças, que lhe trilha um caminho, que ocupa o seu pensamento.
Acreditava todos os dias que seria o seu dia. O dia com que sonhava, aquele que lhe estava predestinado. Acordava com a energia da ilusão e adormecia com a alegria da esperança. Será amanhã. Será amanhã. Será amanhã. Esse dia nunca chegou. Nunca lhe foi dado aquilo que lhe pertencia por direito, de insistência. Nunca a sua energia, provavelmente não suficiente, tocou a sensibilidade do universo. Nenhum astro o ajudou, nenhum deus o acudiu. Morreu murcho de desilusões. Morreu com duas palavras nos lábios, “desejo tanto” …