segunda-feira, abril 30, 2007

Repetente

As pinturas de Vasco Monteiro caracterizam-se por serem de pequeno formato, óleo sobre tela, onde cada pintura cruza memórias pessoais com a história da pintura, resultando imagens onde o absurdo não é alheio e o ridículo das situações representadas é frequente. Vasco Monteiro revisita muito da pintura do norte da Europa, cruzando-a com as imagens colhidas das suas frequentes viagens, resultando em pequenos óleos sobre tela que servem para Vasco Monteiro brincar, ironizar, manipular ideias, imagens, vivências, mundos tão diversos oriundos da história da pintura ou de momentos registados da vida de todos os dias.

Na praça

Imaginem: Dezenas de grelhas escaldantes, fumegantes, gordurosas, que libertam na mesma quantidade fumo e comida. Empregados impecavelmente brancos, chamam, pedem, discutem. As narinas respiram o cheiro dos grelhados variados. Ouvem-se as flautas dos encantadores de serpentes, os contadores de histórias e as gargalhadas dos ouvintes, as bailarinas chocalhando as cinturas, o chamamento das mesquitas. Os empregados berram, empurram, convidam. Num crescendo emocional as pessoas transformam-se. Falar não chega, gesticulam, agarram-se, agridem-se para se beijarem logo a seguir.
Sentados em bancos corridos, estranhos a tudo aquilo, avaliamos o desempenho dos artistas. O país, os seus habitantes, a sua cultura, tudo cabe no tamanho de uma praça.

quinta-feira, abril 26, 2007

Morocco Desert






quarta-feira, abril 25, 2007

Morocco inhabitants






segunda-feira, abril 02, 2007

caetano veloso - odeio

Divagações musicais

veio um golfinho do meio do mar roxo
veio sorrindo pra mim
hoje o sol veio vermelho como um rosto
vênus, diamante, jasmim
veio enfim o e-mail de alguém


veio a maior cornucópia de mulheres
todas mucosas pra mim
o mar se abriu pelo meio dos prazeres
dunas de ouro e marfim
foi assim, é assim, mas assim é demais também


odeio você, odeio você, odeio você
odeio


veio um garoto do arraial do cabo
belo como um serafim
forte e feliz feito um deus, feito um diabo
veio dizendo que sim
só eu, velho, sou feio e ninguém


veio e não veio quem eu desejaria
se dependesse de mim
são paulo em cheio nas luzes da bahia
tudo de bom e ruim
era o fim, é o fim, mas o fim é demais também